Autor Cyril Pedrosa à procura das suas raízes portuguesas |
"Portugal", o novo livro de banda-desenhada de Cyril Pedrosa, francês luso-descendente. Considerado um dos grandes romances desenhados de 2011. Um livro em que fala das suas origens portuguesas. A procura da identidade e das raízes da
família é o tema principal de
Desde a capa, com o casario do Bairro. Cyril Pedrosa bebeu Alvarinho, provou as melhores sopas (com ou sem orelha de porco), apanhou nêsperas maduras no quintal e não teve mãos a medir — agradeceu a hospitalidade e foi juntando os produtos da terra na atafulhada mala do carro.
“Portugal” é um livro de banda desenhada com mais de 260 páginas imaginadas pelo neto de portugueses que emigraram para França nos anos 30. “É como descrever um labirinto”, diz Pedrosa, que nesta obra autobiográfica é Simon Muchat, um ilustrador com um bloqueio criativo e problemas conjugais. O autor e a sua personagem (a família de Ciryl é natural da Figueira da Foz; a de Simon é de Marinha da Costa) andam “em ziguezagues, para a frente e para trás”, às voltas com as suas origens, com um volumoso álbum de recordações que foi reaberto em Maio de 2006, durante o festival de banda desenhada da Amadora para o qual Cyril Pedrosa foi convidado. Foram “três curtos dias” em que o autor (premiado criador de "Les Trois Ombres" que também trabalhou nos filmes “O Corcunda de Notre Dame” e “Hércules”, ambos da Disney). Cyril voltou ao seu “Portugal" no Verão de 2008. Ficou três meses. Termina assim a sua obra, que demorou três anos a concluir: “Querido pai. Vou ficar em Portugal mais tempo que o previsto. Apetece-me desenhar este país. Veremos onde isto me leva”
Entrevista com autor Cyril Pedrosa
Notícias : "Portugal", o livro de banda-desenhada de Cyril Pedrosa, luso-descendente
Nota pessoal :
Fiquei particularmente emocionado pela esta obra por partilhar pessoalmente esta bi-pertença linguística e cultural. Sou filho de emigrantes portugueses, do nosso magnífico Nordeste Transmontano, coração da nossa língua mirandesa, terra dos Pauliteiros de Bemposta - Mogadouro. Os meus pais emigraram para França na década 70. Em 2004, decidi vir viver para Portugal a descoberta das minhas origens neste labirinto em ziguezagues da minha bi-pertença cultural e linguística luso-francesa.
Quando vejo hoje a nova vaga de emigração, dos nossos jovens licenciados, de pais, de famílias completas, em rumo de uma vida e de um futuro melhor, penso imediatamente com emoção, nós meus pais, emigrantes da década 70 é naquela criança, o meu nome é Carlos Gomes.
Só sei que nada sei.
Quando vejo hoje a nova vaga de emigração, dos nossos jovens licenciados, de pais, de famílias completas, em rumo de uma vida e de um futuro melhor, penso imediatamente com emoção, nós meus pais, emigrantes da década 70 é naquela criança, o meu nome é Carlos Gomes.
Só sei que nada sei.